quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Computador na Educação

A introdução dos computadores no ensino de 1º e 2º graus não é conseqüência de um modismo. A resolução do Governo de aplicar a informática no processo educacional brasileiro resulta da necessidade de minimizar alguns dos problemas do nosso sistema de ensino. Apenas como exemplo, de cada 100 alunos que ingressam na 1º série do 1º grau, apenas a metade passa para a 2º série e menos de 30 atingem a 5º série.

O computador surge como um meio auxiliar alternativo de ensino, um recurso a mais para a diminuição das carências, em especial no 1º grau, notadamente quanto à evasão e à repetência.


1 - Principais Críticas

Muito se tem dito, ultimamente, sobre a utilização do computador na educação como um meio de minorar os problemas evidenciados pelos baixos índices de desempenho dos alunos no processo ensino-aprendizagem e os altos índices de evasão e repetência. A favor e contra. Infelizmente, grande parte das afirmações feitas, tanto de um lado como do outro, reflete, freqüentemente, algum desconhecimento de causa. As vezes até‚ muita desinformação. Tanto do lado dos defensores como dos críticos há pessoas que, no fervor do entusiasmo ou no zelo da crítica, não foram, lamentavelmente, informar-se, antes de tomar posição. E o essencial, aqui, mesmo mais importante do que ser a favor ou contra, é compreender do que efetivamente se trata.

Nem toda forma de utilização do computador na educação se presta igualmente bem a atingir certas objetivos educacionais. Algumas formas de utilização são mais adaptadas a certos objetivos educacionais, outras se prestam melhor a outras finalidades pedagógicas. Mas, ao final, quase todo emprego do computador na educação pode trazer resultados pedagogicamente benéficos.

O objetivo principal, nesta parte do trabalho, será tentar esclarecer uma série de questões que não têm sido muito bem compreendidas pelos críticos, e, às vezes, nem pelos defensores da utilização do computador na educação.

Para elucidar estas questões, podemos citar duas breves passagens, retiradas de artigos sobre o assunto, recentemente publicados na imprensa. Em um artigo publicado em CreativeComputing de abril de 1982 (p. 80), o autor, John Herriott, afirma o seguinte:

"Há uma possibilidade bastante acentuada de que antes do final deste século os estudantes venham a receber toda a sua instrução através de computadores, sem absolutamente nenhum contato com professores vivos.

Herriott não está sozinho. Clive Sinclair afirma:

Chegará o dia em que os computadores ensinarão melhor do que seres humanos, porque computadores podem ser bem mais pacientes e bastante ajustados às diferenças individuais. O computador substituirá não só a Encyclopaedia Britannica, mas também a escola (citado in Computing Today, janeiro de 1983, p. 29).

Com afirmações desse tipo, esses defensores da introdução do computador na escola, ou mesmo da substituição da escola pelo computador, atrapalham a causa daqueles que, preocupados com a qualidade e a eficiência do ensino que é ministrado em nossas escolas, investigam a melhor maneira de fazer com que o computador contribua para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

As críticas sérias que normalmente são feitas a projetos de utilização de computadores na educação podem ser divididas em três grupos principais:

  1. Críticas de pessoas que acreditam que o computador não terá, realmente, um efeito muito grande sobre a educação, e que acham, portanto, que a importância da questão tem sido superdimensionada;

  2. Críticas de pessoas que acreditam que o computador poderá, realmente, ter um efeito muito poderoso sobre a educação, mas que estão receosas de que esse efeito possa ser desastroso;

  3. Críticas de pessoas que, sem entrar diretamente no mérito da questão, até acham que o computador possa ter efeitos bastante positivos sobre o processo educacional, mas que acreditam que sua introdução na educação, neste momento, num país nas condições em que o Brasil se encontra, não deve ser prioritárias.

Vamo-nos ocupar neste trabalho primeiro e, principalmente, com a critica que questiona a propriedade de fazer a introdução do computador na escola agora, aqui no Brasil. As duas primeiras críticas serão discutidas apenas brevemente.

Não podemos ignorar que a maioria das escolas brasileiras tem instalações inadequadas, não tem recursos para material de consumo e para o mais elementar material didático etc. etc. Assim sendo, é possível compreender o sentimento do mal pago e sobrecarregado professor que, não tendo condições materiais mínimas para o essencial de seu trabalho pedagógico, reage negativamente quando vê, de repente, a ameaça - é assim que ele sente - de que, em primeiro lugar, os minguados recursos de que a educação dispõe venham a ser desviados para a aquisição e manutenção de caros equipamentos; e, em segundo lugar, ele venha a ter que investir um pouco de seu já escasso tempo em aprender a lidar com o computador!

Mas a crítica, freqüentemente, vai muito além de um mero sentimento de frustração, e se torna um questionamento das prioridades da política social e educacional brasileira. Que há muito a se questionar e criticar nessa política, ninguém duvida. Vejamos, porém, a tese daqueles que afirmam haver uma série de prioridades básicas na educação que precisam primeiro ser atendidas - infra-estrutura adequada para as escolas, condições mínimas de saúde, alimentação, habitação, saneamento etc., para os alunos, melhores salários para os professores - e que, até que tenham sido atendidas essas prioridades, não seria oportuno cogitar seriamente da introdução de computadores nas escolas.

Nem mesmo o mais ardoroso defensor da utilização de computadores na educação discorda de que as necessidades apontadas pelo crítico são de fato prioritárias. Ele provavelmente discordará, porém, de que essas sejam as únicas prioridades. O que ele afirma ‚ que preparar nossos alunos adequadamente para viver e atuar profissionalmente no século XXI também é prioritário. Apresentar o computador à criança, desmistificá-lo, mostrar à criança o seu potencial e as suas limitações, ensinar a criança a utilizá-lo e a dominá-lo, são funções a que nenhuma escola pode-se furtar hoje. Amanhã já será muito tarde.

Portanto, afirmam os defensores da educação informatizada, junto com a reivindicação de recursos para mais escolas, Para um maior número de professores, e para melhores condições de trabalho para os professores e de vida e estudo para os alunos, temos que reivindicar recursos que permitam que a educação que estamos oferecendo seja relevante para as condições em que nossos alunos irão viver e trabalhar. Tudo isso ‚ prioritário. Não podemos abrir mão de nenhuma dessas reivindicações.

Tentar impedir que se desenvolvam iniciativas de introdução de computadores na educação sob a alegação de que há várias outras coisas que são mais prioritárias, e que deveriam ser atendidas antes, é assumir a atitude de passividade daqueles que, não podendo fazer tudo o que querem, resolvem não fazer nada.

Alguém pode, porém, questionar que os aspectos levantados atrás realmente tenham igual prioridade: usar o computador na sala de aula é tão prioritário quanto a merenda escolar, ou quanto o atendimento às condições de saúde das crianças (para pegar apenas dois exemplos freqüentemente citados)? Decidir o que ‚ prioritário e o que não é, ou o que é mais prioritário, é algo complicado, em que todos nós corremos o risco de procurar impor nossas preferências pessoais.

Ao refletir sobre essa questão, entretanto, não podemos perder de vista fatos importantes, alguns dos quais já mencionados.

1 - O processo do informatização da sociedade que já atinge o Brasil caminha com espantosa rapidez e parece ser irreversível. Temos a responsabilidade de nos preocupar em oferecer a melhor preparação possível para que os nossos alunos, inclusive da rede pública, possam viver e atuar numa sociedade informatizada.

2 - Diante desse quadro, muitas escolas particulares estão ativa e decididamente introduzindo o computador no processo de ensino e aprendizagem. O poder publico a respeito da gravidade dos problemas que afetam a escola publica não pode ignorar esse fato, permitindo, assim, que o tipo de educação que é oferecido na escola publica se distancie ainda mais do ensino ministrado na escola particular.

3 - Por outro lado, o poder público tem significativa parcela de responsabilidade na tarefa de criar condições que venham a contribuir para a autonomia cultural e tecnológica da nação, diminuindo assim, eventualmente, a distância que separa o Pais das nações mais desenvolvidas.

Assim sendo, não podemos perder de vista o fato de que a escola tem que preparar cidadãos suficientemente familiarizados com os mais básicos desenvolvimentos tecnológicos, de modo a poder participar no processo de geração e incorporação da tecnologia de que o País precisa para sair do estágio de subdesenvolvimento econômico e de dependência cultural e tecnol6gica em que se encontra. E a informática está no centro de toda essa tecnologia.

4 - Quando temos um sistema de ensino deficiente, o que é claro pelos resultados dos alunos brasileiros das escolas públicas, devemos considerar que quaisquer melhorias do processo ensino-aprendizagem serão bem-vindas. Experiências realizadas em Santos, na EEPSG Marquês de S. Vicente, sugerem que a repetência em classes da 1ª série do 1º Grau que usam o computador como auxiliar no processo da alfabetização é da ordem de 10%. Suponhamos, para raciocinar, que o Governo resolvesse empregar recursos para criar 1.000.000 de vagas para a 1ª série do 1º Grau. De acordo com as estatísticas atuais, nos anos seguintes essas vagas seriam reduzidas a cerca de 500.000, já que teríamos 50% de repetentes.

O custo operacional do sistema seria alto, já que apenas metade dos alunos seria aprovada, sendo perdida a metade dos salários, da merenda, das despesas de manutenção, de amortização do investimento etc.

Se se criassem apenas 600.000 vagas com o mesmo investimento inicial, mas tendo as escolas tecnologias educacionais à disposição do ensino, e considerando-se uma taxa de aproveitamento de cerca de 85%, o número de vagas disponíveis nos anos seguintes seria também de 500.000, mas a um custo operacional muito menor, já que apenas 15% dos custos seriam devidos a evadidos e repetentes.

5 - Por fim, a questão mais importante. Devemo-nos preocupar com a questão da Informática na Educação porque a evidência disponível, embora não tão ampla e contundente quanto se poderia desejar, demonstra que o contato regrado e orientado da criança com o computador em situação de ensino-aprendizagem contribui positivamente para o aceleramento de seu desenvolvimento cognitivo e intelectual, em especial no que esse desenvolvimento diz respeito ao raciocínio lógico e formal, à capacidade de pensar com rigor e sistematicidade, à habilidade de inventar ou encontrar soluções para problemas. Mesmo os maiores críticos do uso do computador na educação não ousam negar esse fato.

Vejamos a crítica dos que não acreditam que a introdução do computador na educação venha a fazer muita diferença. os defensores desse ponto de vista alegam que a utilização de computadores na educação poderá tornar alguns de seus aspectos um pouco mais eficientes; outros, talvez mais atraentes, mas não afetará substancialmente a maneira de aprender e pensar dos alunos, a ponto de justificar o investimento. Seymour Papert, no tocante a essa questão, em seu famoso livro LOGO: Computadores e Educação, afirma que os proponentes dessa crítica, de um lado, subestimam o potencial do computador, e, de outro lado, concebem a educação de maneira muito estreita. Ao invés de focalizarem os efeitos culturais mais amplos que o contato com o computador pode produzir, esses críticos imaginam o potencial do computador como sendo somente o de uma máquina de ensinar, que apenas repassa informações, transmite conhecimentos. Se o potencial educaciona1 do computador fosse apenas o de repassar informações aos alunos, e depois testá-los para ver se assimilaram as informações, então, por melhores que fossem seus recursos gráficos, e por mais atraente que pudesse parecer aos alunos, sua introdução na educação, em um país de condições sócio-econômicas como as nossas, talvez não se justificaria. Essas atividades podem ser feitas, talvez de maneira não tão atraente, usando-se recursos pedagógicos tradicionais e não tão onerosos.

Mas segundo Papert, os que propõem essa crítica concebem a educação de maneira muito estreita. Parecem conceber a educação como algo que acontece quase que predominantemente através da instrução ou do ensino formal e deliberado. Dessa forma, se a introdução do computador não altera radicalmente a maneira de ensinar, não poderá ter muito efeito sobre a educação. Não percebem esses críticos, porém, que grande parte da aprendizagem, mesmo da aprendizagem que ocorre na escola, não é decorrência de um processo de instrução ou de ensino deliberado. O desenvolvimento intelectual (e também o desenvolvimento social e moral) da criança ocorre através de uma série de interações com o meio em que está inserida. O ensino formal e deliberado é apenas uma dessas formas de interação. Se o meio em que a criança vive (e estuda) ‚ rico e variado nas estimulações e recursos que fornece, tanto mais rico, diversificado e acelerado será o desenvolvimento da criança. Se esse meio lhe fornece os estímulos, as oportunidades e os recursos para desenvolver sua criatividade e inventividade, para explorar e descobrir, a criança certamente desenvolverá características intelectuais e formas de pensar que favorecerão o pensamento criativo, exploratório, inventivo. Se, ao lado desses estímulos, o meio também lhe fornece oportunidades de pensar com rigor, provavelmente testando conjeturas e idéias inventadas ou descobertas, para ver se são adequadas, o desenvolvimento intelectual envolverá, além dos elementos de criatividade, elementos de rigor.

Muitas pessoas são relativamente céticas acerca do potencial educacional do computador, porque pensam que sua única função pedagógica seria a de ajudar o professor e ensinar os conteúdos tradicionais do currículo: matemática, física, biologia etc. Essa não é a função educacional mais nobre do computador. Ele pode e deve ser utilizado primariamente como a excelente ferramenta de aprendizagem que é (e não como uma mera máquina de ensinar), ferramenta essa que pode ser de inestimável valia para ajudar a criança no seu desenvolvimento intelectual. Analisemos a posição daqueles que acreditam que o computador poderá, realmente, ter um efeito muito poderoso sobre a educação, mas que estão receosos de que este efeito possa ser de natureza indesejável, e mesmo danosa. Nesta análise valemo-nos de vários elementos apresentados por Papert, no primeiro capítulo do livro já mencionado.

Uma das principais críticas nesse sentido é a de que o contato constante com o computador poderia levar a criança a desenvolver formas de pensar "mecanizadas". Se Marshall McLuhan está certo, quando afirma que "o meio é a mensagem", dizem os críticos, as crianças poderiam estar aprendendo, em seu contato com o computador, que pensar ‚ pensar como o computador "pensa", isto é, de forma absolutamente precisa, lógica, automatizada.

Ao invés, porém, de ficarmos lamentando os possíveis efeitos funestos que a presença do computador na educação poderia, quem sabe, produzir nas crianças, devemos explorar maneiras de orientar a influência que, nesse caso, o próprio crítico admite que o computador pode ter sobre a aprendizagem e a forma de pensar da criança, para direções positivas e desejáveis.

De que maneira isso poderia ser feito? Tomemos como exemplo o receio expresso pelo crítico de que o contato constante com o computador possa levar a criança a pensar de forma mecanizada. Papert observa que é possível inverter este processo, tirando excelentes vantagens educacionais da arte de deliberadamente pensar como um computador, seguindo, por exemplo, o estereótipo de um programa de computador que prossegue, inexoravelmente, de maneira mecânica, literal, passo a passo, de uma instrução para outra. Em primeiro lugar, não resta dúvida de que há contextos em que este estilo de pensamento ‚ apropriado e útil. As dificuldades que algumas crianças têm no aprendizado de conteúdos formais, como matemática, ou mesmo gramática, são freqüentemente decorrentes de sua incapacidade de ver o sentido dessa forma de pensamento.

Mas as vantagens que podem ser extraídas do contato com essa maneira mecânica de pensar não param aí. Uma segunda vantagem, talvez até muito mais importante, decorre do fato de que, em contato com o computador, a criança muito cedo aprende a entender e a articular o que ‚ pensamento mecânico e o que não é. Essa habilidade lhe poderá permitir, quando confrontada com algum problema, escolher a forma de pensamento mais adequada para resolvê-lo. A análise do "pensamento mecânico", a percepção de como ele difere de outras formas de pensamento, e a prática obtida na análise e solução de problemas, podem, Portanto, levar a criança a um nível de sofisticação intelectual bastante elevado. Ao fornecer à criança um modelo concreto e acessível de uma forma particular de pensamento, o computador toma perceptível a ela o fato de que existem diferentes formas de pensamento! E ao dar à criança a possibilidade de optar, em um dado contexto, por uma ou outra forma, o computador cria condições para que a criança desenvolva a habilidade de discernir as situações em que uma forma é mais apropriada e aquelas em que outra se recomenda. Se isso é verdade, o contato com o computador, desde que orientado de maneira adequada, ao invés de induzir uma forma de pensar mecânica, pode-se tornar o melhor antídoto ao monopólio dessa forma de pensar.

Muito se tem dito acerca da utilização do computador na educação. A favor e contra. Competente e incompetentemente. Mas o potencial pedagógico do computador mal começou a ser explorado. Suas possibilidades são quase que ilimitadas. A cada dia se ouve falar em uma nova modalidade de utilização - no aprendizado da arte, da musica, de línguas (materna e estrangeira) etc. Mas o mais importante não é nem mesmo isso. É que a criança, dominando o computador, tem à sua disposição um instrumento poderoso com o qual pensar e aprender.

E interessante notar, porém, que alguns estudos têm demonstrado que o efeito positivo do computador sobre o desenvolvimento intelectual e cognitivo da criança parece independer da modalidade de contato que a criança tem com o computador. O efeito se manifesta, de alguma forma, quando a criança aprende a programar, seja quando usa o computador para aprender outros conteúdos, seja quando usa programas aplicativos genéricos, como processadores de texto, gerenciadores de bancos de dados, planilhas eletrônicas ou mesmo quando utiliza o computador para lazer.


2 - Maneiras de Utilizar o Computador na Educação

Além de discutir, em princípio, as vantagens e os benefícios da introdução de microcomputadores na educação, é necessário indicar algumas das maneiras em que o microcomputador pode auxiliar o processo pedagógico:

A - Instrução Programada;

B - Simulações e Jogos;

C - Aprendizagem por Descoberta;

D - Pacotes Aplicativos.


A - Instrução Programada

Instrução programada é um método de instrução através do qual o microcomputador é realmente colocado na posição de quem ensina ao aluno. O termo "CAI", do inglês "Computer Assisted Instruction", tem sido freqüentemente utilizado para se referir a esta modalidade de utilização do microcomputador na educação.

Em termos quantitativos, esta é a forma mais difundida de utilização do microcomputador na educação. É usada em escolas, em educação industrial e treinamento empresarial, na formação militar, e em várias outras instituições que possuem objetivos educacionais. Os que adotam essa forma de utilização do microcomputador na educação o vêem, basicamente, com um recurso ou auxilio instrucional que facilita o atingimento de certos objetivos educacionais tradicionais, através de métodos também fundamentalmente convencionais. Em escolas, essa abordagem freqüentemente resulta na utilização do microcomputador virtualmente como uma máquina de ensinar, ou como um sofisticado equipamento audiovisual que ensina fatos, conceitos ou habilidades aos alunos, dentro do contexto curricular regular da escola. Ocasionalmente, alguns métodos menos convencionais, como simulações e jogos, são acoplados à instrução programada, mas a maior parte das vezes a instrução programada através do microcomputador se resume a exercícios do tipo repetitivo, para fixação ou recuperação, a tutorias e a demonstrações.

Não resta dúvida, porém, de que, quando bem concebido e implementado, esse tipo de exercício de instrução programada pode ser de grande utilidade, pois o componente "computador" acrescenta uma dimensão motivacional adicional ao processo ensino-aprendizagem, e tarefas que poderiam ser vistas como incrivelmente maçantes pelos alunos, como aprender tabuadas, ou plurais irregulares, ou fatos históricos importantes, passam a ser desenvolvidas com relativo grau de interesse e mesmo de prazer.

B - Simulações e Jogos

Uma simulação é um modelo; é algo que pretende imitar um sistema, real ou imaginário, com base em uma teoria da operação daquele sistema que o simulador tem em mente. Uma das principais utilizações de computadores nas forças armadas e no governo tem sido para simular alguns ambientes, a fim de testar os efeitos, sobre aqueles ambientes, de várias formas de intervenção. Esse tipo de simulação muito complexa normalmente exige equipamentos de grande porte para poder ser implementado. Mas esse não é o único tipo de simulação possível. Hoje em dia, microcomputadores já têm a capacidade de simular sistemas razoavelmente complexos. Eles podem ser programados para responder a determinadas intervenções de maneiras realísticas e predizíeis e, sem dúvida, podem processar quantidades significativas de dados. conseqüentemente, simulações pedagogicamente relevantes podem ser programadas de maneira a envolver grande complexidade e realismo e, dessa forma, gerar considerável interesse. É verdade que simulações não podem nem devem substituir o contato direto com os fenômenos naturais nem o trabalho no laboratório. Não faz sentido simular um processo que pode facilmente ser observado. Por outro lado, o aluno nunca vai aprender a acender um fogareiro, ou a realmente aquecer uma proveta, no microcomputador. Isto significa que as simulações pelo microcomputador devem ser utilizadas como um complemento e nunca, repetimos, como uma substituição da observação dos fenômenos naturais e do trabalho no laboratório. Se os educadores resolverem utilizar apenas as simulações, estarão privando as crianças de importantes experiências de aprendizagem. Da mesma forma, porém, aqueles que objetam o uso de simulações podem também estar privando as crianças de experiências de aprendizagem igualmente importantes e estimulantes, às quais elas não teriam acesso, a não ser através da simulação. As empresas de software já sentiram o potencial pedagógico desse tipo de programa, e têm colocado no mercado interessantes simulações. Nesses programas, que, em alguns casos, certamente têm um considerável componente fantasioso, razão pela qual são freqüentemente descritos como jogos pedagógicos, o aluno testa suas hipóteses sobre os problemas que surgem no ambiente simulado manipulando variáveis e verificando como o comportamento do modelo se altera em uma variedade de situações e condições. Na verdade, como esses exemplos já indicam, a linha divisória entre simulações e, de um lado, demonstrações; de outro, jogos, é às vezes muito tênue. Falemos um pouco, portanto, sobre os chamados jogos pedagógicos.

Jogos pedagógicos distinguem-se de outros tipos de jogos basicamente pelo seu objetivo: seu alvo explícito é promover a aprendizagem. Além disso, é difícil encontrar alguma outra característica que as distinga de outros tipos de jogos. Diferenciá-los de outras modalidades de programas pedagógicos é relativamente mais fácil, embora, como vimos acima, a linha divisória entre simulações e alguns jogos pedagógicos por vezes não seja muito nítida. Jogos pedagógicos, sendo jogos, são normalmente executados sob o comando de um conjunto de regras bastante claro, e geralmente têm um vencedor ao final. Mesmo quanto a criança está jogando sozinha, ela normalmente disputa com o computador. Além disso, jogos pedagógicos, como todos os jogos, pretendem ser divertidos, mesmo quando estão promovendo a aprendizagem. Espera-se, assim, que o aluno aprenda com maior facilidade - até sem sentir - os conceitos, as habilidades ou os conhecimentos incorporados no jogo. Há jogos pedagógicos em que o componente lúdico é mero invólucro, adicionado como uma estratégia motivacional, que pouco tem que ver, intrinsecamente, com o que se quer transmitir. Há outros jogos, porém, que se constituem, em si próprios, em experiências de aprendizagem ricas e complexas. O jogo, neste caso, não é algo extrínseco, adicionado a uma experiência de aprendizagem para toná-la mais agradável: é, ele próprio, parte integrante daquela experiência.

Semelhante ao caso das simulações, jogos pedagógicos através do computador derivam grande parte de seu valor e de sua atração do fato de que podem ser incomparavelmente mais complexos e desafiadores do que seus pares não computadorizados. Um só jogo pode servir como contexto para a aprendizagem de múltiplos conceitos e variadas habilidades, de natureza bastante sofisticada, e de uma maneira tal que o aluno dificilmente fica cansado no processo.

C - Aprendizagem por Descoberta

Há, hoje em dia, várias linguagens de programação voltadas para a área da educação. Dessas, a mais antiga e mais famosa é LOGO. LOGO também é aquela que mais ênfase dá à aprendizagem; na verdade, à auto-aprendizagem. Por isso, embora não seja a única linguagem a ilustrar essa abordagem, vamos falar somente nela, para podermos entrar, com um pouco mais de detalhe, em sua filosofia. LOGO é não só o nome de uma linguagem de programação, mas, também, de uma filosofia da educação. A linguagem foi desenvolvida nos anos sessenta, no Massachusetts Institute of Technology (MTI, em Cambridge, Massachusetts, sob a supervisão do professor Seymour Papert. A filosofia emergiu dos contatos de Papert, de um lado, com a obra do psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget; e, de outro lado, com as pesquisas realizadas, no MIT e em outros centros de pesquisa, sobre o problema da Inteligência Artificial. Fundamentando-a em uma filosofia da educação, não é de se admirar que os criadores da linguagem de programação LOGO resolvessem torná-la um instrumento, o mais adequado possível, para aplicações na área educacional.

Deixando a linguagem de lado, falemos brevemente da filosofia da educação que a fundamenta. Essa filosofia da educação parte do seguinte pressuposto: muitas das coisas que uma criança aprende são, sem dúvida, decorrentes de um processo de ensino deliberado e formal. Mas muitas outras coisas a criança aprende através da exploração, da busca, da investigação. Essa aprendizagem não é decorrente do ensino, pelo menos não do ensino no sentido formal e deliberado, e pode ser caracterizada como uma verdadeira auto-aprendizagem. Várias filosofias da educação têm enfatizado a importância, para a formação intelectual da criança, deste tipo de aprendizagem, e vários estudos têm mostrado que aquilo que a criança aprende porque fez, porque investigou, porque descobriu por si mesma, não só tem um significado todo especial para o desenvolvimento de suas estruturas cognitivas, por se constituir numa aprendizagem altamente significativa para a criança, como é retido por muito mais tempo.

É esse tipo de aprendizagem que a filosofia da educação LOGO pretende que seja incentivado e desenvolvido com a ajuda da linguagem de programação LOGO. A linguagem LOGO, portanto, não tem, de modo algum, o objetivo de estimular a aprendizagem tipicamente passiva, caracterizada pela mera absorção de conhecimentos e informações repassados através do ensino. A aprendizagem que se considera importante estimular ‚ a auto-aprendizagem, a aprendizagem que acontece no processo de exploração e investigação e que, portanto, traz consigo sempre o prazer da descoberta - pois o aprender deve ser, via de regra, algo agradável e divertido, que traz prazer, e não algo maçante e indigesto, que tem lugar por mera obrigação.

D - Pacotes Aplicativos

Por fim vejamos algo do uso, em contextos educacionais, de pacotes aplicativos genéricos, como processadores de texto, gerenciadores de bancos de dados, planilhas eletrônicas etc.

Normalmente, não se considera o uso desses aplicativos como tendo importante significado pedagógico. Contudo, muitos educadores e muitas escotas têm concluído que seu uso não só é uma maneira interessante e útil de introduzir os alunos ao computador, como é um excelente recurso para prepará-los para o uso regular do computador em suas vidas.

Mas o uso desses aplicativos pode ter significado pedagógico ainda mais profundo. Tomemos, por exemplo, um processador de textos, em um caso ilustrado, entre outros, por Papert. Um adulto, quando redige profissional ou semi-profissionalmente, normalmente faz um esboço, depois um rascunho, daquilo que vai escrever. Feito o rascunho, este é aprimorado, às vezes por um bom tempo. É fato normal para adultos que a primeira versão de um texto não saia perfeita, não seja vista como adequada, e que precise ser modificada, alterada, aprimorada. Quando se trata de crianças na escola, porém, espera-se que elas possam escrever textos com conteúdo razoável, gramática e ortograficamente corretos, com apresentação aceitável - e isso tudo em uma primeira versão, realizada, às vezes, em tempo determinado e limitado! Esquece-se, freqüentemente, que, para crianças mais novas, o ato físico de escrever é penoso e vagaroso. Com todas essas imposições e limitações, a criança acaba-se concentrando nas exterioridades do ato de escrever, descuidando-se do conteúdo. Por não ter condições de revisar seu texto com facilidade, a criança acaba não desenvolvendo o "olho crítico" exigido de bons escritores.

Todos esses fatos se alteram radicalmente quando a criança tem acesso a um processador de texto. Com um processador de texto razoável, a criança não precisa se preocupar o tempo todo com caligrafia, rasuras e com a apresentação do texto. Se o programa tem um verificador de ortografia, um divisor de sílabas, até a preocupação com essas funções pode ser provisoriamente eliminada do horizonte das preocupações da criança. A criança pode, no ato de redigir, concentrar-se na tarefa de encontrar alguma coisa a dizer e de dizê-la interessante e coerentemente. Se não gostou do que escreveu da primeira vez, pode alterar sua redação até que esta fique de seu agrado. O texto será sempre impresso de maneira perfeita. Tudo de modo simples e, por que não? até divertido.

A experiência tem mostrado que crianças que têm dificuldades com redação podem, através do uso de um processador de texto, passar, em poucas semanas, de uma total rejeição da atividade de redação para um total envolvimento nessa tarefa, além de mostrarem sensíveis melhoras na qualidade de seus textos. Mudanças ainda mais sensíveis poderão ser observadas no caso de crianças portadoras de alguma deficiência física, que torna a escrita difícil ou mesmo impossível.

Análises semelhantes poderiam ser feitas em relação aos outros aplicativos mencionados.

Faremos duas observações sobre as maneiras de uso do computador na educação.

A primeira observação é apenas uma reiteração do que dissemos atrás, a saber, que quase qualquer forma de utilização do computador por parte de crianças deverá surtir algum benefício pedagógico. Algumas formas de utilização serão mais adequadas ao desenvolvimento de certas habilidades, outras se adaptarão melhor à consecução de outros objetivos educacionais. Educar é uma tarefa complexa que exige, para que sua execução seja bem sucedida, que a criança desenvolva uma série de habilidades, capacidades, competências, sensibilidades etc. É ingênuo imaginar que o computador possa ajudar igualmente bem em todos esses aspectos. Também ‚ ingênuo imaginar, porém, que apenas uma ou duas formas de utilização do computador serão pedagogicamente benéficas.

A ênfase deve ser colocada em um contato aberto, não restritivo, multidimensional das crianças com o computador. Se isso for feito, elas provavelmente irão descobrir maneiras ainda mais interessantes e úteis de se beneficiar do contata com o computador. Em um breve mas interessante artigo em Personal Computing de agosto de 1985, Adeline Naiman, autora de um estimulante texto introdutório sobre o uso de computadores na educação, afirma: "A melhor coisa que aconteceu em relação ao uso de computadores na educação foi que eles começaram a ser usados, tanto na escola como no lar, antes que existissem peritos no assunto que pudessem dizer aos professores e aos pais o que é que as crianças deveriam estar fazendo com o computador" (p. 27). Dessa forma, em muitos casos, as crianças encontraram seus próprios caminhos, antes que pedagogos pudessem começar e escrever suas teses de doutoramento sobre o assunto, e a especificar em detalhes o que as crianças poderiam, ou não deveriam, fazer com o computador.

A segunda observação está, de certa forma, relacionada à primeira. Afirmar que quase qualquer forma de utilização do computador pode ter efeitos pedagógicos benéficos não significa dizer que qualquer forma de contato com o computador terá exatamente as mesmos resultados. Determinadas formas de contato são mais bem adaptadas para certo tipo de resultados, outras formas se prestam melhor a outros resultados.

Este fato tem produzido, porém, graves preocupações, a ponto de até mesmo uma revista pouco inclinada a entrar nessas questões, como é o caso de Byte, dedicar ao assunto seu Editorial do mês de julho de 1985. Muitas pessoas já têm escrito sobre o fato de que as escolas que servem aos segmentos mais favorecidos da população são as primeiras a introduzir computadores no processo pedagógico. Isto não é novidade! O que está começando a transparecer agora é que mesmo quando as escolas que servem aos segmentos menos favorecidos introduzem computadores no ensino, seu uso tende a ser dominado por instrução programada, enquanto nas escolas mais ricas os principais usos do computador são ou para estimular a criatividade ou para aumentar a eficiência pessoal. A se manter essa maneira diferenciada de usar o computador em escolas mais ricas e mais pobres, um novo tipo de discriminação poderia aparecer, mesmo que o computador se tornasse disponível a todas as escolas!

O computador pode ser um instrumento poderoso e versátil na área da educação. Se usado com inteligência e competência, pode-se tornar um excelente recurso pedagógico à disposição do professor em sala de aula. De que maneira os professores usarão o computador, se é que se decidirão a utilizá-lo, dependerá, porém, não só dos recursos disponíveis mas, também, de seu conhecimento do potencial dos computadores e, algo muito importante, de sua filosofia de educação. Dado o fato de que os recursos financeiros inevitavelmente serão limitados na maioria absoluta das escolas, os educadores terão que tomar decisões e definir prioridades. Para que essas decisões sejam tomadas com conhecimento de causa, é necessário que saibam o que o computador pode e o que não pode fazer na educação, o que pode ser feito melhor com o auxilio do computador e o que pode muito bem ser feito sem ele. Só assim os educadores farão o computador servir aos objetivos educacionais por eles fixados. Se não se preocuparem com essas questões, o computador provavelmente será, mais cedo ou mais tarde, introduzido na educação, mas em condições tais que os objetivos da educação acabarão tendo que se curvar às limitações da máquina.


3 - Dificuldades Principais para a Introdução do Computador na Escola

Quais as principais dificuldades que devem enfrentar as propostas de introdução do computador na escola?

A - Custo do Equipamento

Apesar da redução do custo do hardware dos computadores que tem acontecido até mesmo no Brasil, é possível que o custo de software educacional de qualidade não seja reduzido na mesma proporção. Logo, uma das principais dificuldades a serem enfrentadas pelas propostas de introdução do computador na escola será de natureza econômico-financeira. Embora escolas particulares de lº e 2º Graus possam ter maneiras de equacionar essa dificuldade, isso dificilmente acontecerá na rede pública, a menos que haja um esforço concentrado do governo, dos fabricantes e da sociedade em geral, nesse sentido.

B - Inexistência de Software

A segunda grande dificuldade será a produção de software educacional de qualidade. A produção de software educacional de alta qualidade técnica e com sofisticação pedagógica é um desafio ao qual nem mesmo as nações mais desenvolvidas têm conseguido fazer frente. Para a produção desse tipo de software teríamos que contar com analistas e programadores trabalhando em cooperação com especialistas em desenvolvimento de materiais instrucionais, em metodologia de ensino, em psicologia da aprendizagem, em avaliação educacional etc. Hoje em dia, na maior parte dos casos, esses profissionais não estão sequer conversando uns com os outros - quanto mais trabalhando juntos! O que temos, hoje, em termos de software educacional, com raríssimas exceções, não passa de material ingênuo, do ponto de vista pedagógico, elaborado, via de regra, por analistas e programadores que, na melhor das hipóteses, são tecnicamente capazes, mas não conhecem o "be-a-bá" da educação.

C - Recursos Humanos

A terceira grande dificuldade será recursos humanos, envolvendo o treinamento de professores para a utilização competente do computador em seu trabalho, de especialistas nas várias áreas da educação, para trabalhar conjuntamente com analistas e programadores, e de especialistas em computação, para trabalhar conjuntamente com especialistas em educação. Sem um trabalho sério nesse sentido, os projetos dificilmente serão bem sucedidos, mesmo que haja recursos e que apareça software educacional de qualidade. Não é exagerado dizer que nem mesmo os melhores projetos de utilização do computador na educação terão a mínima condição de serem bem sucedidos sem que o problema de formação de recursos humanos seja favoravelmente equacionado.

D - Barreiras às Inovações Tecnológicas

A quarta dificuldade surgirá do fato de que escolas, enquanto instituições sociais, são muito conservadoras, resistindo sempre, às vezes com vigor, mesmo às mais tímidas tentativas de mudança da ordem estabelecida. Especialmente quando se trata da introdução de inovações tecnológicas, então a escola encontra as mais variadas maneiras de resistir. Será necessário todo um processo de sensibilização da escola. Mas essa tarefa só surtirá efeitos reais quando os proponentes da introdução do computador na educação puderem mostrar resultados reais - e isso nos traz à próxima dificuldade.

E - A Falta de Paciência

A quinta dificuldade será impaciência - de pais, de alunos, de professores, de fabricantes de computadores, de produtores de softwares, da sociedade em geral. Esta impaciência surgirá porque todas essas dificuldades que estamos apontando exigem tempo, e bastante tempo, para serem equacionadas. A exploração do pleno potencial do computador na educação fará com que, eventualmente, aconteçam mudanças significativas na maneira de ensinar e de aprender das pessoas. Até que isso aconteça, teremos que freqüentemente conviver com sistemas híbridos, em que um poderoso recurso como o computador terá que conviver com meios de ensinar e aprender bastante convencionais e tradicionais. Se porém novas maneiras de ensinar e aprender, envolvendo o computador, têm que ser encontradas, descobertas, inventadas, todos nós, educadores e demais pessoas, precisamos dar tempo para que as experiências e as explorações aconteçam, com calma, sem apressar indevidamente o processo cobrando resultados imediatos. Precisamos, talvez, suspender nossos julgamentos negativos, conter nosso ímpeto de exigir transformações sensíveis de uma hora para outra e permitir que o vagaroso processo de criação de novos materiais instrucionais e curriculares, envolvendo o computador, emerjam.


4 - Sugestões para Contornar as Dificuldades

1 - A dificuldade relativa ao custo do equipamento poderia ser diminuída através de planos e projetos especiais dos fabricantes nacionais para a venda de equipamentos para escolas. Dada a limitação inicial do mercado, que impediria vendas em alta escala, poder-se-ia cogitar de encaminhar aos nossos legisladores sugestões de possíveis incentivos aos fabricantes que doassem equipamentos para instituições educacionais ou que os vendessem em planos especiais. Essa prática tem sido adotada em vários outros países

2 - A dificuldade relativa à inexistência de software educacional de qualidade poderia ser parcialmente contornada de várias maneiras: através de incentivos às "software-houses" interessadas para que, com autonomia, ou em convênio com universidades que tenham envolvimento com escolas de primeiro e segundo graus, engajem-se em projetos sérios de desenvolvimento de software educacional (medida já em parte sugerida no Primeiro Seminário de Informática na Educação); através de financiamentos às universidades para que se engajem no desenvolvimento desse software e para que desenvolvam programas de Pós-graduação interdisciplinares, voltados tanto para profissionais de educação interessados em se envolver com programação, como para profissionais de informática interessados em se familiarizar com a educação.

3 - Essa ultima medida já será decisiva ao se enfrentar a dificuldade relacionada a recursos humanos. Enquanto não existem cursos de Pós-graduação interdisciplinares, as universidades e outras instituições voltadas para a formação de recursos humanos deveriam oferecer cursos de especialização, aperfeiçoamento, extensão, com o objetivo de preparar, tão bem quanto possível, dentro das limitadas possibilidades desses cursos, os profissionais interdisciplinares de que necessitamos.

4 - A quarta dificuldade - resistência das escolas - poderá ser parcialmente enfrentada através de programas nos meios de comunicação de massa, como os que já começam a acontecer em nosso meio. É necessário, porém, que haja maior envolvimento de educadores e dos demais agentes da educação nesses projetos.

5 - A quinta dificuldade, a falta de paciência, não tem solução fácil. É preciso que o governo continue a incentivar a pesquisa séria nas universidades, em especial o projeto EDUCOM, talvez até aumentando o número de universidade incluídas, para que a tarefa de gestação do projeto brasileiro de Informática na Educação chegue a bom termo, cumprindo os objetivos para os quais foi instituído.

Eduardo O C Chaves.

BENEFÍCIOS TECNOLÓGICOS APLICADOS À EDUCAÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS


* Rosana Palmieri

Caro leitor,

seja na vida profissional ou pessoal, vivenciamos no século XXI o rápido avanço tecnológico, onde a informática e as telecomunicações estão inseridas cada vez com maior freqüência nas tarefas do dia-a-dia, atingindo importância relevante - automaticamente nos servimos deste suporte tecnológico, por vezes até sem perceber...

Mas qual a influência da tecnologia no aprendizado de um idioma?
E o comportamento do consumidor enquanto aluno/estudante desta realidade que se apresenta?
Quais suas atuais expectativas e necessidades?


Não podemos esquecer que, apesar da globalização ser um fator acelerador na necessidade de comunicação e, vermos assim acentuada a necessidade de comunicação universal, pode estar embutido um certo risco quando o assunto é o aprendizado. Não se pode focar somente em tecnologia em detrimento à qualidade do ensino.

O e-learning pode e deve se beneficiar da alta tecnologia para oferecer o ensino àqueles culturalmente preparados, sem nos esquecermos que a tecnologia é uma ferramenta, não uma estratégia.

O consumidor hoje é muito mais bem-informado, mais consciente e exigente, solicitando uma alta qualidade do serviço a ele prestado, também intimamente ligado ao fator investimento financeiro.

Qual é o histórico do ensino a distância?

Diferentemente do que se pensa, a educação a distância não tem o seu começo na história marcado pelo surgimento das novas tecnologias. Alguns autores apontam que a experiência mais antiga de educação a distância da qual se tem conhecimento são os manuscritos, como as cartas de Platão e as Epístolas de São Paulo.

A invenção de Guttenberg, a máquina de impressão, proporcionou o primeiro avanço tecnológico para evolução da educação a distância. Com esse advento, a palavra escrita poderia ser reproduzida em larga escala. A partir do final do século XVIII, com o grande desenvolvimento do serviço postal na Europa, surgiram as primeiras experiências de educação por correspondência. No decorrer do século XIX até meados do século XX, esta era a única forma de educação a distância da qual se tinha conhecimento.

A partir de então, a educação a distância passou a ser influenciada pelos novos meios de comunicação de massa: o rádio e, depois, a televisão. Através desta tecnologia, com a disponibilização de som e imagem, a sala de aula poderia ser reproduzida e enviada para a residência e/ou escritório do aluno.

No entanto, havia uma grande barreira, pois a comunicação era unilateral - apenas o professor poderia transmitir informações ao aluno, sem nenhuma interface. Telefone e conferências telefônicas passaram a auxiliar o processo de ensino por correspondência, proporcionando comunicação entre professor - aluno em cursos por correspondência, porém, com custos elevados.

Com o surgimento da tecnologia da comunicação mais sofisticada, as redes de computadores, as correspondências eletrônicas e a Internet passam a ser as principais alternativas de comunicação entre alunos e professores, bem como entre grupos de alunos.

Nos dias atuais, muitas pesquisas vêm sendo realizadas no sentido de fornecer e expandir a comunicação através de vídeo, em dupla via, utilizando satélites e redes de comunicação.

E qual o percentual de pessoas que acessam a Internet?

Ouso definir que a Internet é uma biblioteca mundial, de fácil utilização e atualização, porém, ainda um veículo de comunicação não tão acessível para a grande maioria dos brasileiros. Mas, segundo dados estatísticos, o acesso à Internet vem crescendo a passos largos no Brasil!

Como vem sendo a evolução do e-learning e qual o seu papel?

Hoje, contamos com uma grande quantidade de ofertas de aprendizado online, por meio de diferentes portais, quer de universidades, de empresas ou mesmo de pessoa física. No entanto, o ensino a distância no país só foi regulamentado em 1996. E, ainda assim, a legislação que determina os tipos de cursos que podem/devem ter autorização do MEC está em constante debate. Também não há unanimidade quando o tema é como serão as avaliações, pois os cursos a distância não podem ser uma redução ou simplificação dos tradicionais e seu certificado deve ter a mesma validade.

Como o e-learning deve ser apresentado e suas vantagens...

Enquanto consumidor, é preciso que se faça uma análise geral da proposta apresentada. O programa de aprendizado deve incluir recursos instrucionais que não sejam simplesmente uma reprodução do que ocorre no espaço físico, na sala de aula. Não basta haver só a transferência de canal de comunicação. É claro que o conteúdo comunicativo de aprendizado é o mesmo, mas deve proporcionar, além das tradicionais lições e textos para leitura, atividades interativas, tais como simulações e testes baseados em fatos reais.

Uma grande vantagem é a possibilidade da constante revisão e atualização do conteúdo programático, imenso se comparado aos dados contidos nos livros, que não aceitam atualizações e ficam ultrapassados rapidamente. A multimídia, utilizada na composição do programa, é mais um recurso motivador no e-learning.

As ações e recursos utilizados em sala de aula, onde o professor introduz teoria, conceitos e exercícios práticos, avalia o desempenho dos alunos e responde às mais diversas dúvidas, prestando in loco todo suporte interativo face a face, precisam ser reproduzidos no modo e-learning, tentando assim aproximá-lo ao máximo do curso presencial.

Tempo e conveniência são fatores de considerável vantagem. A Internet apresenta-se como uma opção de estudo no tocante à economia de tempo - não é preciso mais se deslocar até o local de treinamento. No atual universo globalizado, com excessivo acúmulo de atribuições e tráfego intenso nos grandes centros urbanos, a economia de tempo para deslocamento é um fator de considerável importância.

Com o e-learning é possível acomodar a agenda e a disponibilidade do aprendizado é de 24 horas por dia, 7 dias por semana. Basta ter disciplina! (Está aqui o grande desafio, aprender a ter disciplina, característica comportamental de extrema importância para o sucesso do ensino a distância).

A velocidade de aprendizado é personalizada. O aluno faz sua agenda de estudo, tornando-o mais ou menos rápido, de acordo com sua disponibilidade de tempo, necessidade e interesse.

Resumindo, a opção pelo estudo a distância muda a rotina de todos os envolvidos: alunos, professores e escolas. O aluno não precisa mais estar fisicamente se deslocando até a escola para adquirir conhecimento: a escola vai ao aluno, com uma proposta personalizada, em qualquer lugar, nos mais diversos horários.

E como fica a sala de aula face ao e-learning? E as desvantagens?

Embora o e-learning tenha muito a contribuir, ele não significa em absoluto o final do aprendizado em sala de aula. Resultado de pesquisas sobre ensino e aprendizado aponta que as pessoas aprendem melhor quando podem interagir umas com as outras, pois elas têm a oportunidade de ir além da interação com o conteúdo: a troca de informações e compartilhamento de conhecimentos, bem como a intervenção do professor possibilitando correções inerentes ao processo de aprendizagem, é insubstituível!

Outros fatores relevantes que influenciam o consumidor pela decisão de não compra do estudo online:
  • acesso aos equipamentos que permitem a conexão com a Internet dificultado pelos custos ainda elevados a uma considerável parcela dos consumidores brasileiros;
  • resistência por parte do ser humano à mudança e à aceitação do novo;
  • opção de estudo, em geral, solitária, criando isolamento social.

    A falta de contato humano pode ter impacto no tocante a aspectos psicológicos, podendo até mesmo comprometer o resultado do aprendizado.

    A decisão de escolha, como sempre, é muito pessoal. Deve-se considerar que nem todos os treinamentos podem ou devem ser realizados exclusivamente pela Internet. Vantagens e desvantagens existem em uma opção única e exclusiva.

    A tendência do e-learning é a de vir, sem dúvida, a complementar o aprendizado em sala de aula. Há uma sinergia entre o e-learning e o aprendizado em sala que se tornam mais refinados a cada dia, com contribuições exclusivas, agregando valor ao consumidor, que só tem a ganhar com a fórmula combinada.

    Mas não se deve perder de vista a certeza de que, sem disciplina, o ensino a distância pode agregar menos do que o desejado. Como sempre, depende de cada um de nós maximizar os benefícios existentes no mundo em avanço tecnológico constante.


  • Fonte:BENEFÍCIOS TECNOLÓGICOS APLICADOS À EDUCAÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS

    A tecnologia na educação

    I. Tecnologia

    Há muitas formas de compreender a tecnologia. Neste artigo a tecnologia é concebida, de maneira ampla, como qualquer artefato, método ou técnica criado pelo homem para tornar seu trabalho mais leve, sua locomoção e sua comunicação mais fáceis, ou simplesmente sua vida mais agradável e divertida.

    A tecnologia, neste sentido, não é algo novo – na verdade, é quase tão velha quanto o próprio homem, visto como homo creator.

    Nem todas as tecnologias inventadas pelo homem são relevantes para a educação. Algumas apenas estendem sua força física, seus músculos. Outras apenas lhe permitem mover-se pelo espaço mais rapidamente e/ou com menor esforço. Nenhuma dessas tecnologias é altamente relevante para a educação. As tecnologias que amplificam os poderes sensoriais do homem, contudo, sem dúvida o são. O mesmo é verdade das tecnologias que estendem a sua capacidade de se comunicar com outras pessoas. Mas, acima de tudo, isto é verdade das tecnologias, disponíveis hoje, que aumentam os seus poderes intelectuais: sua capacidade de adquirir, organizar, armazenar, analisar, relacionar, integrar, aplicar e transmitir informação.

    As tecnologias que grandemente amplificam os poderes sensoriais do homem (como o telescópio, o microscópio, e todos os outros instrumentos que amplificam os órgãos dos sentidos humanos) são relativamente recentes e foram eles que, em grande medida, tornaram possível a ciência moderna, experimental.

    As tecnologias que estendem a capacidade de comunicação do homem, contudo, existem há muitos séculos. As mais importantes, antes do século dezenove, são a fala tipicamente humana (conceitual), a escrita alfabética, e a imprensa (especialmente o livro impresso). Os dois últimos séculos viram o aparecimento de várias novas tecnologias de comunicação: o correio moderno, o telégrafo, o telefone, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão e o vídeo.

    As tecnologias que aumentam os poderes intelectuais do homem, e que estão centradas no computador digital, são mais recentes, tendo sido desenvolvidas em grande parte depois de 1940. O computador vem gradativamente absorvendo as tecnologias de comunicação, à medida que estas se digitalizam.


    II. Tecnologia na Educação

    Várias expressões são normalmente empregadas para se referir ao uso da tecnologia, no sentido visto, na educação. A expressão mais neutra, “Tecnologia na Educação”, parece preferível, visto que nos permite fazer referência à categoria geral que inclui o uso de toda e qualquer forma de tecnologia relevante à educação (“hard” ou “soft”, incluindo a fala humana, a escrita, a imprensa, currículos e programas, giz e quadro-negro, e, mais recentemente, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão, o vídeo e, naturalmente, computadores e a Internet).

    Não há porque negar, entretanto, que, hoje em dia, quando a expressão “Tecnologia na Educação” é empregada, dificilmente se pensa em giz e quadro-negro ou mesmo de livros e revistas, muito menos em entidades abstratas como currículos e programas. Normalmente, quando se usa a expressão, a atenção se concentra no computador, que se tornou o ponto de convergência de todas as tecnologias mais recentes (e de algumas antigas). E especialmente depois do enorme sucesso comercial da Internet, computadores raramente são vistos como máquinas isoladas, sendo sempre imaginados em rede – a rede, na realidade, se tornando o computador.

    Faz sentido lembrar aos educadores o fato de que a fala humana, a escrita, e, conseqüentemente, aulas, livros e revistas, para não mencionar currículos e programas, são tecnologia, e que, portanto, educadores vêm usando tecnologia na educação há muito tempo. É apenas a sua familiaridade com essas tecnologias que as torna transparentes (i.e., invisíveis) a eles.

    “Tecnologia na Educação” é uma expressão preferível a “Tecnologia Educacional”, pois esta parece sugerir que há algo intrinsecamente educacional nas tecnologias envolvidas, o que não parece ser o caso. A expressão “Tecnologia na Educação” deixa aberta a possibilidade de que tecnologias que tenham sido inventadas para finalidades totalmente alheias à educação, como é o caso do computador, possam, eventualmente, ficar tão ligadas a ela que se torna difícil imaginar como a educação era possível sem elas. A fala humana (conceitual), a escrita, e, mais recentemente, o livro impresso, também foram inventados, provavelmente, com propósitos menos nobres do que a educação em vista. Hoje, porém, a educação é quase inconcebível sem essas tecnologias. Segundo tudo indica, em poucos anos o computador em rede estará, com toda certeza, na mesma categoria.


    III. Educação a Distância, Aprendizagem a Distância e Ensino a Distância

    Destas três expressões, a terceira é provavelmente a menos usada. Entretanto, é a única que é tecnicamente correta.

    Educação e aprendizagem são processos que acontecem dentro do indivíduo – não há como a educação e a aprendizagem possam ocorrer remotamente ou a distância. Educação e aprendizagem ocorrem onde quer que esteja a pessoa – e esta é, num sentido básico e muito importante, o sujeito do processo de educação e aprendizagem, nunca o seu objeto. Assim, é difícil imaginar como Educação a Distância e Aprendizagem a Distância possam ser possíveis, a despeito da popularidade dessas expressões.

    É perfeitamente possível, contudo, ensinar remotamente ou a distância. Isto acontece o tempo todo. São Paulo ensinou, a distância, os fiéis cristãos que estavam em Roma, Corinto, etc. – usando cartas manuscritas. Autores, distantes no espaço e no tempo, ensinam seus leitores através de livros e artigos impressos. É possível ensinar remotamente ou a distância através de filmes de cinema, da televisão e do vídeo. E hoje podemos ensinar quase qualquer coisa, a qualquer pessoa, em qualquer lugar, através da Internet.

    Assim, a expressão “Ensino a Distância” será usada neste artigo sempre que houver necessidade de se referir ao ato de ensinar realizado remotamente ou a distância. Que a educação e a aprendizagem possam acontecer em decorrência do ensino é inegável, mas, como já argumentado, isto não nos deve levar a concluir que a educação e a aprendizagem que ocorrem em decorrência do ensino remoto ou a distância também estejam ocorrendo remotamente ou a distância.


    IV. Aprendizagem Mediada pela Tecnologia

    A despeito de sua popularidade, Ensino a Distância não é a melhor aplicação da tecnologia na educação hoje. Este lugar deve ser reservado ao que pode ser chamado de Aprendizagem Mediada pela Tecnologia.

    Como mencionado, não há dúvida de que a educação e a aprendizagem podem ocorrer em decorrência do ensino. Mas também não há dúvida de que a educação pode ocorrer através da auto-aprendizagem, i.e., através daquela modalidade de aprendizagem que não está associada a um processo de ensino, mas que ocorre através da interação do ser humano com a natureza, com outras pessoas, e com o mundo cultural. Uma grande proporção da aprendizagem humana acontece desta forma, e, segundo alguns pesquisadores, esse tipo de aprendizagem é mais significativa – isto é, acontece mais facilmente, é retida por mais tempo e é transferida de maneira mais natural para outros domínios e contextos – do que a aprendizagem que ocorre em decorrência de processos formais e deliberados de ensino (i.e., através da instrução).

    O que é particularmente fascinante nas novas tecnologias disponíveis hoje, em especial na Internet, e, dentro dela, na Web, não é que, com sua ajuda, seja possível ensinar remotamente ou a distância, mas, sim, que elas nos ajudam a criar ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem nos quais as pessoas interessadas e motivadas podem aprender quase qualquer coisa sem ter que se tornar vítimas de um processo formal e deliberado de ensino. A aprendizagem, neste caso, é mediada apenas pela tecnologia.

    Não há dúvida de que atrás da tecnologia há outras pessoas, que preparam os materiais e os disponibilizam através da rede. Quando alguém usa os recursos hoje disponíveis na Internet para aprender de maneiras auto-motivadas e exploratórias, ele usa materiais de diferentes naturezas, preparados e disponibilizados em contextos os mais variados, não raro sem qualquer interesse pedagógico, e ele faz isso de maneira totalmente imprevisível, que, portanto, não pode ser planejada, e num ritmo que é totalmente pessoal e regulado apenas pelo desejo de aprender e pela capacidade de assimilar e digerir o que ele encontra pela frente.

    Por causa disso não parece viável chamar essa experiência de Ensino a Distância, como se fosse a Internet que ensinasse, ou como se fossem as pessoas por detrás dos materiais que ensinassem. O que está acontecendo em um contexto como o descrito é Aprendizagem Mediada pela Tecnologia, auto-aprendizagem, isto é, aprendizagem que não é decorrente do ensino.

    Conseqüentemente, as principais categorias em que podem ser classificadas as principais maneiras de utilizar a tecnologia na educação são:

    • Em apoio ao Ensino Presencial

    • Em apoio ao Ensino a Distância

    • Em apoio à Auto-aprendizagem


    V. A Justificação do Ensino a Distância

    Muitas pessoas poderiam ficar tentadas a justificar o Ensino a Distância simplesmente perguntando “Por que não?” Apesar disso, há boas razões para se discutir se o Ensino a Distancia é justificado, o que o justifica, e quais sãos os seus méritos vis-à-vis o Ensino Presencial.

    De um lado há aqueles que presumem que o Ensino a Distância não difere, substantivamente, do Ensino Presencial. Se o ensino é algo que deve ser promovido, e é possível ensinar a distância, então o Ensino a Distância está justificado.

    Do outro lado há aqueles que vêem vantagens no Ensino a Distância quando comparado ao Ensino Presencial: maior alcance, melhor razão custo/benefício, e, principalmente, maior flexibilidade tanto para ensinantes como para aprendentes, visto que eles acreditam que o Ensino a Distância pode ser realizado de forma tão personalizada a ponto de tornar-se instrução individualizada.

    Contra essas duas posições favoráveis há aqueles que acreditam que, no Ensino a Distância, perde-se a dimensão pessoal que, mesmo que não seja condição necessária do próprio ensino, certamente o é para o ensino eficaz.


    1. O Ensino Presencial e o Ensino a Distância são Equivalentes em Termos de Resultados?

    Deixando de lado, no momento, a segunda posição, há uma óbvia contradição entre a primeira e a terceira posição: os defensores da primeira posição pressupõem que não haja diferenças substantivas entre o Ensino Presencial e o Ensino a Distância (o caráter “virtual” do Ensino a Distância não sendo considerado essencial), enquanto os defensores da terceira posição acreditam que a “virtualidade” (ou caráter remoto) do Ensino a Distância remove da relação de ensino algo importante, ou mesmo essencial a ele, a saber, seu caráter pessoal, que, segundo eles, é o que torna o ensino eficaz.

    Com quem está a verdade nesta disputa?

    Uma concordância qualificada com a primeira posição parece justificada. O ensino envolve três elementos: o ensinante, o aprendente, e aquilo que o ensinante ensina ao aprendente (o “conteúdo”). Para o ensinante ensinar o conteúdo ao aprendente não é mais necessário, hoje, que ambos estejam em contigüidade espaço-temporal – isto é, que ambos compartilhem o mesmo espaço e o mesmo tempo.

    Sócrates insistia (contra o ensino baseado na escrita) que a contigüidade espaço-temporal entre o ensinante e o aprendente é essencial para o ensino – mas apenas porque ele não conhecia, e nem podia imaginar, as telecomunicações modernas. Por causa disso, ele argumentou que o Ensino a Distância (em seu caso, o ensino baseado na escrita) impedia o diálogo, o questionamento e a resposta, a comunicação real e interativa entre os agentes envolvidos (ensinante e aprendente). Seu argumento obviamente não se aplica hoje.

    O caráter pessoal de uma relação, hoje, é independente de proximidade física no espaço e no tempo. É possível, hoje, manter relacionamentos extremamente pessoais – até mesmo íntimos – a distância, usando os modernos meios de telecomunicação, envolvendo texto, sons, imagens (estáticas e dinâmicas). Por outro lado, a mera contigüidade espaço-temporal não é garantia de relacionamentos verdadeiramente pessoais. As salas de aula enormes que existem em algumas escolas freqüentemente permitem relações altamente impessoais entre professor e alunos, a despeito de sua proximidade no espaço e no tempo. Muitas vezes, nesses contextos, o professor nem mesmo sabe o nome de seus alunos, e é totalmente ignorante de suas características pessoais, que são grandemente relevantes para um ensino eficaz.

    Isto posto, deve admitir-se que, outras coisas sendo iguais, a comunicação face-a-face, olho-no-olho, permite um ensino mais eficaz do que a comunicação remota ou a distância, mesmo quando os mais modernos meios de comunicação a distância são utilizados. Na comunicação face-a-face é possível detectar, com facilidade, as nuances dos componentes sonoros não-verbais da fala (o tom, o timbre e o volume da voz, o ritmo da fala, as pausas, as ênfases sutis) e da linguagem corporal (especialmente as expressões faciais [em que o contato dos olhos talvez seja o aspecto mais significativo], mas também a postura, a posição das mãos e dos pés, a possibilidade de que os interlocutores se toquem, etc.).

    (Esta consideração é importante para uma tese que será defendida adiante, a saber: se um modelo de ensino não funciona quando utilizado nas melhores condições de comunicação, por que deveria funcionar quando as condições de comunicação não são tão favoráveis?)


    2. O Ensino a Distância Oferece Vantagens vis-à-vis o Ensino Presencial?

    Consideremos, agora, a segunda posição descrita atrás, a saber, a que defende a existência de vantagens no Ensino a Distância em relação ao Ensino Presencial. Se essa tese é correta, as vantagens do Ensino a Distância podem compensar a desvantagem que se destacou na seção anterior.

    Foi dito, atrás, que os defensores da tese de que o Ensino a Distância é mais eficaz do que o Ensino Presencial apontam para seu maior alcance, sua melhor razão custo/benefício, sua maior flexibilidade (tanto para ensinantes como para aprendentes), e seu maior potencial de personalização e mesmo individualização.


    A. Alcance

    Não há dúvida de que o Ensino a Distância tem maior alcance do que o Ensino Presencial. Um programa de Educação a Distância como o TeleCurso 2000 alcança milhões de pessoas cada vez que é ministrado – número infinitamente maior do que o que poderia ser alcançado se o mesmo curso fosse ministrado presencialmente.


    B. Razão Custo/Benefício

    Aqui a questão não é tão fácil decidir.

    O custo de desenvolver (produzir) programas de Ensino a Distância de qualidade (que envolvem, por exemplo, televisão ou mesmo vídeo, ou software especializado) é extremamente alto.

    Além disso, o custo de ministração (distribuição, oferecimento, entrega, “delivery”) desses programas também pode ser relativamente alto. Se eles forem distribuídos através de redes de televisão comerciais o custo de transmissão pode ser ainda mais alto do que o custo de desenvolvimento, com a desvantagem de ser um custo recorrente.

    Por isso, esses programas só oferecem uma razão custo/benefício favorável se o seu alcance for realmente significativo (atingindo um público, talvez, na casa dos milhões de pessoas).

    É verdade que o custo de desenvolvimento pode ser rateado pelos vários oferecimentos ou ministrações ("deliveries"). Um programa de Ensino a Distância bem feito pode ser oferecido e ministrado várias vezes sem que isso afete o custo de desenvolvimento. O único componente de custo afetado pelo oferecimento e ministração recorrente de um programa de Ensino a Distância é o de distribuição (entrega), fato que torna o custo de desenvolvimento proporcionalmente mais barato, por oferecimento e ministração, à medida que o número de oferecimentos e ministrações aumenta. Se o custo de entrega for alto, porém, essa redução proporcional do custo de desenvolvimento ao longo do tempo pode não ser tão significativa.

    Muitas das instituições interessadas em Ensino a Distância hoje estão procurando "atalhos" que reduzam o custo de desenvolvimento. Infelizmente isso dificilmente se dá sem que haja uma redução na qualidade. Em vez de usar meios de comunicação caros, como televisão e vídeo, essas instituições empregam predominantemente texto no desenvolvimento do curso e o distribuem através da Internet (com um custo relativamente pequeno, tanto no desenvolvimento como na entrega). Além disso, para não aumentar o custo de desenvolvimento, o texto é muito pouco trabalhado, consistindo, muitas vezes, de textos que não foram elaborados com esse tipo de uso em mente, mas sim para ser publicados em forma impressa. Desta forma, o Ensino a Distância acaba não passando de um ensino por correspondência em que os textos são distribuídos pela Internet e não pelo correio convencional.

    É verdade que freqüentemente se procura agregar algum valor aos textos disponibilizados oferecendo-se aos aprendentes a possibilidade de se comunicarem com o ensinante, com o autor do texto (caso não seja ele o ensinante) ou mesmo uns com os outros via e-mail (correio eletrônico) ou chat (bate-papo eletrônico). (E-mail é uma forma de comunicação assíncrona, enquanto o chat é uma forma de comunicação síncrona).

    Quando o Ensino a Distância é entendido apenas como disponibilização remota de textos, ainda que acompanhado por e-mail e chat, é de crer que a sua razão custo/benefício, quando comparada à do ensino presencial, seja bastante favorável – mas há uma potencial queda de qualidade no processo.

    É preciso registrar aqui, entretanto, que, se os textos disponibilizados forem preparados para se adequar ao meio, sendo enriquecidos por estruturas de hipertexto, anotações, comentários, glossários, mapas de navegação, referências (links) para outros textos igualmente disponíveis, que possam servir como discussões ou complementos dos textos originais, a eficácia do Ensino a Distância aumenta consideravelmente.


    C. Flexibilidade

    Dado o fato de que Ensino a Distância usa tecnologias de comunicação tanto síncronas como assíncronas, não resta dúvida de que, no caso das últimas, tanto os ensinantes como os aprendentes têm maior flexibilidade para determinar o tempo e o horário que vão dedicar, uns ao ensino, os outros à aprendizagem. Recursos como páginas Web, bancos de dados, correio eletrônico, etc. estão disponíveis 24 horas por dia sete dias por semana, e, por isso, podem ser usados segundo a conveniência do usuário.


    D. Personalização e Individualização

    É neste ponto que os defensores de Ensino a Distância colocam maior ênfase. Eis o que diz Octavi Roca, no artigo "A Autoformação e a Formação à [sic] Distância: As Tecnologias da Educação nos Processos de Aprendizagem", publicado no livro Para Uma Tecnologia Educacional, organizado por Juana M. Sancho (ArtMed, Porto Alegre, 1998):

    "Na maioria dos profissionais da educação já existe a consciência de que cada pessoa é diferente das outras, que cada uma tem as suas necessidades próprias, seus objetivos pessoais, um estilo cognitivo determinado, que cada pessoa usa as estratégias de aprendizagem que lhe são mais positivas, possui um ritmo de aprendizagem específico, etc. . . . Assim parece óbvio que é preciso adaptar o ensino a todos estes fatores. Esta reflexão não é nova. As diferenças sempre têm sido reconhecidas. Mas, antes, eram vistas como um problema a ser eliminado, uma dificuldade a mais para o educador. . . . No entanto, agora se considera que é a partir daí que devemos organizar a formação e é nos traços diferenciais que devemos fundamentar a tarefa de formação: as capacidades de cada pessoa representam uma grande riqueza que é conveniente aproveitar . . . [para] proporcionar uma formação cada vez mais adaptada a cada pessoa em particular" [p.185].

    Seria possível implementar essas características desejáveis que aqui se atribuem ao Ensino a Distância em programas de Ensino Presencial? À primeira vista, parece possível, mas é forçoso reconhecer que é difícil – a menos que a escola seja, de certo modo, reinventada.

    Ou vejamos.

    A escola (como hoje a conhecemos) não pode seriamente levar em consideração as necessidades, os interesses, o estilo e o ritmo próprio de aprendizagem de cada aluno, de modo a proporcionar a cada um uma formação adaptada a ele, porque esse tipo de ensino personalizado e individualizado se choca com o pressuposto básico da escola, a saber: a padronização.

    Esperar da escola que produza formação adaptada às necessidades, aos interesses, ao estilo e ao ritmo de aprendizagem próprio de cada um de seus alunos é equivalente a esperar que de uma linha de montagem convencional de uma fábrica de automóveis saiam carros personalizados e individualizados para cada um dos clientes que vai adquiri-los. Não dá: a linha de montagem, como a conhecemos, foi feita para padronizar, para permitir que sejam feitos, com rapidez e eficiência, carros iguais, na verdade basicamente idênticos. A escola que conhecemos foi inventada para fazer algo semelhante em relação aos seus alunos: nivelá-los, dando-lhes uma formação padronizada básica, de modo que todos, ao se formar, tenham se tornado tão parecidos uns com os outros a ponto de se tornarem funcionalmente intercambiáveis. Qualquer grau de diferenciação que os alunos preservem ao final de sua escolaridade terá sido mantido a despeito da escola, não como decorrência de seu trabalho.

    O modelo (ou paradigma) educacional adotado pela escola é centrado na transmissão de informação, do ensinante ao aprendente, através do ensino.

    Esse modelo está ultrapassado e não é difícil explicar porquê.

    Esse modelo é calcado no ensino. O ensino, como vimos, é uma atividade triádica, que envolve o ensinante, o aprendente e o conteúdo que o primeiro ensina ao segundo. A escola prioriza, nessa tríade, o conteúdo (o currículo) e, conseqüentemente, o ensinante, deixando o aprendente em último lugar – sua tarefa é meramente absorver o que lhe é transmitido. Por isso a escola é tipicamente "conteúdo-cêntrica" e, por causa disso, "magistro-cêntrica", enquanto a tendência descrita atrás (voltada para a flexibilidade e adaptada às necessidades, aos interesses, ao estilo e ao ritmo de aprendizagem de cada um) é "mateto-cêntrica", isto é, centrada no aprendente (adaptada às suas necessidades, aos seus interesses, ao seu estilo cognitivo e ao seu ritmo de aprendizagem).

    O que é problemático nesse modelo convencional adotado pela escola não é o fato de que ele acontece presencialmente, face-a-face: é o fato de que ele não é suficientemente flexível para permitir o atendimento de aprendentes com diferentes necessidades, interesses, estilos cognitivos e ritmos de aprendizagem.

    Pode uma educação personalizada e individualizada ser implementada através de Ensino a Distância?

    Se o modelo empregado para Ensino a Distância é o mesmo que é usado no Ensino Presencial, teremos programas de Ensino a Distância que não diferem substancialmente de suas contrapartidas presenciais.

    Se é fato sabido que esse modelo não funciona mais, mesmo em condições otimizadas de comunicação, em que o ensinante pode se comunicar face-a-face, olho-no-olho com os aprendentes, por que deveria ele funcionar em contextos em que o ensinante e os aprendentes se comunicam em condições sub-ótimas, como é o caso do Ensino a Distância?

    Não parece sensível repetir, virtual ou remotamente, os erros de um modelo que não mais funciona em sua implementação presencial. Um modelo ou paradigma diferente se torna necessário.


    VI. Aprendizagem Mediada pela Tecnologia: Um Novo Modelo

    O modelo de educação que caracterizará a sociedade da informação e do conhecimento provavelmente não será calcado no ensino, presencial ou remoto: será calcado na aprendizagem. Conseqüentemente, não será um modelo de Ensino a Distância, mas, provavelmente, um modelo de Aprendizagem Mediada pela Tecnologia.

    Esse modelo deverá ser centrado no aprendente, em suas necessidades, em seus interesses, em seu estilo e em seu ritmo de aprendizagem. Quem quiser participar desse processo terá que disponibilizar, não cursos convencionais ministrados a distância, mas, sim, ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem.

    A Internet e a Web, ou seus sucedâneos, certamente terão um papel fundamental nesse processo.

    A Internet, especialmente através da Web, caminha rapidamente para se tornar o grande repositório que armazenará todo tipo de informação que for tornada pública no mundo daqui para frente. O modelo, daqui para frente, não será alguns (os ensinantes) transmitindo informações a outros (os aprendentes), mas muitos (estudantes, trabalhadores, qualquer um que precise) vindo em busca de informação em lugares em que sabem que podem encontrá-la (a Web). Em linguagem da Internet, o modelo será muito mais “pull” (busca da informação) do que “push” (entrega da informação).

    A tarefa de discutir, analisar, avaliar, e aplicar essa informação a tarefas práticas será realizada, mais e mais, não através da escola, mas através de grupos virtuais de discussão, onde cada um se alterna no papel de ensinante e de aprendente. O que é virtual aqui é o grupo, não a aprendizagem: esta é suficientemente real para satisfazer a maior parte das necessidades de aprendizagem das pessoas.

    Se a escola puder se reinventar e tornar-se um ambiente de aprendizagem desse tipo, ela pode sobreviver. Mas a Internet, a Web, correio eletrônico, bate-papos, discussões baseadas em texto (grupos de discussão), videoconferências, etc., precisarão estar no centro dela e se tornar parte de sua rotina. O que aqui é dito da escola aplica-se a escolas de todos os níveis, inclusive às universidades.

    Um exemplo de um ambiente de aprendizagem desse tipo é o grupo de discussão EduTec e o site EduTecNet, criados para a discussão do uso de tecnologia na educação. Seu URL éhttp://www.edutecnet.com.br .

    terça-feira, 14 de junho de 2011

    ProInfo Integrado

    Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado)


    O que é?

    O ProInfo Integrado é um programa de formação voltada para o uso didático-pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no cotidiano escolar, articulado à distribuição dos equipamentos tecnológicos nas escolas e à oferta de conteúdos e recursos multimídia e digitais oferecidos pelo Portal do Professor, pela TV Escola e DVD Escola, pelo Domínio Público e pelo Banco Internacional de Objetos Educacionais.

    CURSOS OFERTADOS

    • Introdução à Educação Digital (40h): Curso básico para professores que não têm o domínio mínimo no  manejo de computadores/internet. O objetivo deste curso é  possibilitar aos professores e gestores escolares a utilização de  recursos tecnológicos, tais como: processadores de texto, apresentações multimídia, recursos da Web para produções de trabalhos escritos/multimídia, pesquisa e análise de informações na Web, comunicação e interação (e-mail, lista de discussão, bate-papo, blogs). 

    • Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC (100h) - visa oferecer subsídios teórico-metodológicos práticos para que os professores e gestores escolares possam:

    - compreender o potencial pedagógico de recursos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no ensino e na aprendizagem em suas escolas;

    - planejar estratégias de ensino e de aprendizagem,  integrando recursos tecnológicos disponíveis e criando situações para a aprendizagem que levem os alunos à construção de conhecimento, ao trabalho colaborativo, à criatividade e resultem efetivamente num bom desempenho acadêmico.   

    - utilizar as TIC nas estratégias docentes, promovendo situações de ensino que focalizem a aprendizagem dos alunos e resultem numa melhoria efetiva de seu  desempenho.  

    • Elaboração de Projetos (40h) : visa capacitar os professores e gestores escolares para que eles possam desenvolver projetos a serem utilizados na sala de aula junto aos alunos, integrando as tecnologias de educação existentes na escola.

    • Curso Especialização de Tecnologias em Educação (400h)

    - A proposta principal do curso tecnologias em educação é propiciar a formadores/multiplicadores dos programas ProInfo Integrado, TV Escola, Mídias na Educação, Formação pela Escola e Proinfantil e a professores efetivos da rede pública de ensino e gestores escolares especialização, atualização e aprofundamento nos princípios da integração de mídias e a reconstrução da prática político-pedagógica. Esses objetivos gerais podem ser desdobrados nos principais objetivos específicos:

    - Desenvolver competências que permitam orientar, produzir, capacitar e apoiar o uso/aplicação político-pedagógica das tecnologias de informação e comunicação nos sistemas escolares das diversas unidades da Federação;

    - Possibilitar a tomada de consciência para compreender as várias dimensões do uso pedagógico das novas mídias e tecnologias, favorecendo a reconstrução das práticas educativas, tendo em vista o contexto da sociedade em constante mudança e uma nova visão epistemológica envolvida nos processos de conhecimento;

    - Planejar e executar ações a partir de uma ótica transformadora viabilizando a articulação entre o projeto político-pedagógico, as atividades de gestão e a prática educativa mediada por tecnologias.

    Quem pode participar?

    Professores e gestores das escolas públicas contempladas ou não com laboratórios de informática pelo ProInfo, técnicos e outros agentes educacionais dos sistemas de ensino responsáveis pelas escolas.

    Como participar?

    Professores interessados podem procurar a secretaria de educação do seu estado ou município.

    Mais informações: proinfointegrado@mec.gov.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
    Palavras-chave: Proinfo integrado, programas e ações, seed